E SE... A "SAM" CONTINUASSE?!

>> No inicio do ano, em mais uma animada troca de ideias no Blog Submundo HQ do Leo Radd, fui surpreendido com a informação de que nesse mês de junho a saudosa "SAM" ou "Superaventuras Marvel", a mais querida revista da Era Marvel/Abril estaria completando exatos trinta e oito anos de criação e 30 desde que sua edição comemorativa #100 chegou as bancas, dedicada exclusivamente, aquele que foi seu mais fiel ocupante, o Demolidor.

Isso graças a uma apurada pesquisa sobre o mercado de quadrinhos, apresentando numa série de três postagens, uma "Hot List" com as publicações mais emblemáticas e relevantes do ano de 1990 realizada por outro colecionador e assíduo do Blog, o Elcio de Abreu; Que não deixou de mencionar a coincidência do lançamento de "Demolidor Especial #2" numa verdadeira dobradinha diabólica. A edição, um verdadeiro "formatinho parrudo" com sua capa cartão plastificada, reuniu pela 1ª vez a Saga "A Queda de Murdock" de Miller & Mazzucchelli na íntegra em 196 páginas.

E como o título dessa postagem já entrega, a simples ativação dessa memória afetiva, é claro que resultaria em mais um projeto imaginário aqui na Batdeira, numa incrível...

>> A HISTÓRIA ATÉ ENTÃO:

"SAM" foi o terceiro título criado pela Editora Abril em junho de 1982, como o 1º passo em seu ousado plano de controlar todos os personagens Marvel no Brasil. Ela que começou timidamente em 1979 com Capitão América e Heróis da TV, pegaria para si posteriormente da RGE, a licença dos medalhões da época, Homem-Aranha e Hulk, lançando títulos para ambos em julho de 1983.

"SAM" foi principalmente a casa dos personagens urbanos da Marvel, Demolidor e Justiceiro, mas teve em suas páginas um mix muito eclético também. Ao mesmo tempo que explorou os campos de sangrentas batalhas Cimérias de Conan o Bárbaro e Asghardianas do Poderoso Thor, também abrigou a nobre causa mutante do Prof. Xavier e seus X-Men, além "dropar" pelo espaço infinito na prancha do Surfista Prateado.

Até ser cancelada quinze anos depois na edição #176 de fevereiro de 1997, com um grande arco de histórias protagonizado pelos grupos X-Factor, X-Force e mais uma dezena de outros mutantes da Marvel. Mas para muitos daqueles que acompanharam a revista por anos, o fim "honroso" veio mesmo um mês antes, na edição #175 com "A Volta do Rei do Crime" - uma história completa do "Protetor da Cozinha do Inferno" em 110 páginas.

Com o fim de SAM, seus personagens mais habituais (Demolidor e Justiceiro) passaram a dividir espaço com Capitão América e Hulk, (que também tiveram seus títulos próprios descontinuados) e vários outros em uma nova publicação mix batizada primeiramente de "MARVEL 97". Isso porque ela funcionaria em sistema de temporadas: Ou seja, a cada 12 meses no máximo, seria "resetada", num criativo recurso implementado pela Abril.

Até chegar aos Anos 2000 e a controversa mudança para arriscada proposta luxuosa da segmentada linha PREMIUM, que durou menos de dois anos, sendo abruptamente encerrada quando a editora dos Civita abdicou dos direitos de publicação da Casa das Ideias, decretando o fim da Era Marvel/Abril em dezembro de 2001!

Com isso a licenciante internacional da "editora do Stan Lee", Panini Comics, resolveu bancar por conta própria a publicação de todo Universo Marvel no Brasil. E apesar da descrença de muitos em janeiro de 2002, ela continua fazendo isso até hoje, dezenove anos depois. E é claro, colecionando muitas críticas e poucos elogios, como na gestão de sua antecessora.

>> E SE... A "SAM" CONTINUASSE?

Perguntado, o Elcio veio como uma teoria muito bacana, um roteiro imaginário que não deixa nada a dever para aqueles que seguiram a trajetória criativa do "Garboso Lee". Assumindo o desejado posto de "Editor Imaginário" de uma continuada Era Marvel/Abril ele me mandou esse lindo editorial...

Nesse digamos "Universo Marvel 616 Alternativo", somente o Capitão América e Hulk formaram mix com outros personagens na "Marvel 97". Nossa "SAM" seguiu firme e forte do seu #177 em diante. No miolo, Demolidor, Justiceiro, Motoqueiro Fantasma e futuramente a Elektra desenhada pelo Mike Deodato.

Ao contrário do que aconteceu em nossa realidade, a linha PREMIUM iniciada em agosto de 2000 (que reduziu os títulos de sete para três) nunca aconteceu e tão pouco a Abril se desentendeu com a Panini em seguida, nem muito menos decretaria falência duas décadas depois, com os herdeiros da Família Civita cedendo o controle acionário da empresa em 2018 para a Legion Holdings.

Na verdade, já nos primeiros meses de 2000 a linha Marvel migrou para o "Formato Americano" porém sem o luxo então considerado desnecessário. Seus títulos ao invés de reduzidos, foram multiplicados! Porém com uma quantidade menor de páginas por edição, possibilitando maiores escolhas e acesso. Realizando assim o maior de todos os desejos dos Marvetes: Finalmente suas amadas revistInhas teriam tamanho igual as originais da Casa das Ideias, seguindo o exemplo do que já vinha ocorrendo com "Os Fabulosos X-Men" publicados dessa forma desde seu lançamento em janeiro de 1996.

Mas nem tudo foram flores nessa nova história: Como era de se esperar os leitores ficaram divididos e muitos reclamaram o porquê de alguns títulos terem sido zerados, enquanto que outros como a "SAM", que chegou as bancas em Janeiro, excepcionalmente, estampando na capa o "#1/210" não foram, nessa então nova Era de Maravilhas.

A explicação foi que em alguns casos e no específico da "SAM", sendo ela o título mais antigo em atividade, a Redação Abril resolveu preservar a numeração corrente como um LEGADO, para simbolizar a trajetória de sucesso de sua Era Marvel. Seguindo a tradição da Linha Disney, onde "O Pato Donald" seu maior expoente, mudou de formato e periodicidade por várias vezes, sem nunca ter deixado de manter sua numeração original. E é por isso que agora, em Junho de 2020 chegaria as bancas a imaginária "SAM #456" do Elcio!

Quanto ao conteúdo da edição segundo Elcio, as fases manteriam um grande delay, pois mesmo com o aumento de títulos da Marvel na última década, a Abril não teria alterado os seus em quase nada desde a reformulação de 2000, preferindo aumentar a quantidade de páginas ou acomodar mais personagens em sistema de rodízio, sempre que necessário. Mesmo que isso continuasse a ser uma reclamação entre vários leitores, cada vez mais cientes das novidades e lançamentos, graças a evolução da internet.

Ainda assim iniciativas iguais a essas da SAM #456, de se oferecer capas alternativas para o leitor escolher ou comprar ambas, ainda se mostrariam bastante positivas.

Como o Elcio explicou em seu editorial, Matt Murdock e Frank Castle, continuam incansavelmente disputando o posto de melhor personagem da "SAM", com cada um aplicando seu próprio conceito de Justiça, por isso nada mais natural que eles estampem as opções de capas da revista.

Obviamente que eu não iria perder a oportunidade de remodelar o logotipo da "SAM", cuja proposta é fazer com que a ilustração da capa literalmente "vaze" pelas letras. Como vocês podem ver, a sinergia é total! Essa inspiração foi na verdade um resgate ao passado da Marvel, quando ela publicou uma série de ficção e fantasia ao moldes da Heavy Metal, e que nunca deu as caras no Brasil, falo de Epic Illustrated.

Para finalizar digo que não tem como pensar nos quadrinhos da Era Marvel/Abril sem nos lembramos de tantas propagandas que estamparam as contra-capas de suas edições por anos seguidos. E o anunciante mais presente foi o achocolatado da Nestlé que tem a "ENERGIA QUE DÁ GOSTO", sendo inclusive o único a permanecer durante a linha PREMIUM. E é por isso que nessa edição imaginária ele continuaria sua fiel parceria com Abril.

Fonte: (guiadosquadrinhos.com / comicvine.com / comicstore.marvel.com)

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