ALMANAQUES PERDIDOS DA EBAL 11
- vamilustrador
- 5 de nov. de 2022
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>> "The Brave and The Bold", foi um título genérico criado pela DC Comics em agosto de 1955 quando a editora em nada se pareceria com oque ela é hoje, pois os super-heróis Superman e sua versão juvenil Superboy, Batman e Mulher-Maravilha com Aquaman e Arqueiro Verde, completando os mixes dessas edições, representavam a temática menos explorada na editora, já que ela investia muito mais em outros tipos de quadrinhos.

Western, ficção científica, suspense, aventuras colegiais e romances açucarados eram os temas mais encontrados nas bancas de jornais, farmácias e armazéns das cidades americanas, mas até eles perdiam a preferência se comparados aos comics de guerra (pois os americanos ainda se vangloriavam de sua vitória na 2ª Guerra Mundial e tinham acabado de participar de uma intervenção na Coréia) e principalmente de humor, com diversos bichinhos antropomórficos sempre metidos em confusões.

Bichinhos engraçados e dramas de guerra vendiam muito
"The Brave and The Bold" ou "O Bravo e o Audaz" em livre tradução, teve em suas primeiras 24 edições (Ago-55/Jul-59) uma quadra de aventureiros clássicos: o romano Gladiador Dourado, o selvagem Príncipe Viking, o galante e medieval Cavaleiro Silencioso e o rebelde Robin Hood, vivendo aventuras isoladas. Em seus três números seguintes, um grupo denominado Esquadrão Suicida lutando contra ameaças monstruosas foi apresentado, mas ele nada tem haver com o grupo que a maioria hoje conhece graças aos filmes. "TBTB" poderia ser hoje conhecido como apenas um título genérico sem muita importância, se na edição #28 (Mar-60) não tivesse sido apresentada a Liga da Justiça América, mudando então o rumo dos quadrinhos de super-heróis para todo o sempre.

Cada época teve seu tipo de herói e "TBTB" representou vários deles
A ideia em si não era original, pois no auge dos super-heróis ocorrido na primeira metade da década de 1940 grupos já haviam sido formados como a Sociedade da Justiça América pela própria DC e Esquadrão Vitorioso pela Timely. Porém as novíssimas aventuras da LJA calcadas na ficção científica e explorando o medo de invasões extraterrestres alcançaram grande sucesso, tanto que ganharam revista própria em outubro de 1960, que por sua vez reverberou tão alto que acabou chegando aos ouvidos de Martin Goodman (o dono da Timely, então chamada de Atlas), isso o fez incumbir Stan Lee e Jack Kirby de criarem um novo supergrupo pra chamar de seu, que explorasse os mesmos temas da Distinta Concorrente, fazendo surgir assim o Quarteto Fantástico que deu início a todo o Universo Marvel.

Supergrupos uma ideia adormecida, que despertou com força total
Mas voltando ao título "Bravo e Audaz" além das aventuras do Esquadrão Suicida, ele também foi responsável por apresentar o inédito cientista Cave Carson, que junto a sua equipe desbravavam o Centro da Terra, Metamorfo, um homem transformado numa criatura com os poderes da Tabela Periódica e os antigos personagens Gavião Negro & Mulher Gavião, reinterpretados como alienígenas do Planeta Thanagar - Katar e Shayera Hol que imigraram para a Terra e passaram à protegê-la.

Novidades que exploravam conceitos científicos
Foi com o lançamento da edição de número 50 (Nov-63), que finalmente "TBTB" fez jus ao seu nome de batismo, juntando "O Bravo" Arqueiro Verde e "O Audaz" Caçador de Marte. A edição trazia em seu editorial de abertura a promessa de que as novas duplas seriam formadas a partir do desejo da maioria dos leitores que escrevessem para a editora, embora o encontro seguinte já estivesse definido: Aquaman e Gavião Negro. Com o passar do tempo além das superduplas inusitadas, vez ou outra um trio ou até um grupo eram formados temporariamente ou de forma definitiva, foi o caso ocorrido com a Turma Titã.

Parcerias que combinavam poderes e habilidades antagônicas
O título se manteve dessa forma, apresentando bravos e audazes diferentes a cada edição, até que o Homem-Morcego, após algumas aparições espaçadas e embalado pela série de TV do Adam West, assim como pelo talento dos revolucionários Dennis O´Neil & Neal Adams e pela sofisticação do traço de Jim Aparo, acabou se tornando o dono da publicação. Ele passou a ser "O Bravo" que todos os meses atuava ao lado de um "Audaz" diferente, até chegar a última e 200ª edição da série, em Julho de 1983.

A "Batmania" seguida da "Renovação Sombria" dominaram a série.
No Brasil várias dessas histórias foram espalhadas pela EBAL de forma aleatória e sem ordem cronológica pelos mixes de suas edições regulares ao longo das décadas, mas graças a predominância e sucesso do Homem-Morcego a série acabou encontrando um lugar cativo nas "Bat-Revistas".

Formatos, títulos e mixes diferentes, a EBAL publicou do seu jeito
Depois do Cruzado Embuçado o herói da DC que mais participou do título, inclusive ao seu lado, foi a versão repaginada do velocista escarlate The Flash. Ele fez sua estreia na edição #53 (Mai-64), junto com outro cientista Ray Palmer - O Átomo, em uma aventura ilustrada por ninguém menos do que Alex Toth, porém ela saiu escondida em Superboy-Bi #31 (Abr/Mai-72).

Na EBAL, Átomo foi batizado de Elektron, permanecendo assim até a Era Panini
E foi pesquisando conteúdo viável para mais uma etapa dessa que é a maior viagem imaginária da Batdeira, que acabei descobrindo outras quatro aventuras do Herói de Central City, inclusive uma ao lado do Batman, que ficaram inéditas pela editora do bairro de São Cristóvão e poderiam muito bem, assim como tantas outras terem sido publicadas em um mix qualquer ou quem sabe até TODAS JUNTAS, num espetacular almanaque:

Em outro resgate imaginário nada menos do que INCRÍVEL, trago até vocês mais essa arte-final idealizada pelos talentosos profissionais da EBAL, encontrada naquele sebo, velho conhecido da Batdeira, localizado as margens da Zona do Crepúsculo. Nessa capa temos mais uma sensacional composição montada com cenas retiradas dos comics originais da DC que compõe a edição, de forma chamativa ao mesmo tempo em que harmoniza muita informação. Uma característica presente na coleção de Almanaques de 1972 que de longe é a mais bonita de todas já publicadas pela editora.

"O ATAQUE DO MUTANTE DEVASTADOR / RAID OF THE MUTANT MARAUDERS"
The Brave and the Bold #56 (Nov-64)
História: Bob Haney / Desenhos: Bernard Baily
A fim de protegê-los de ameaças externas, os cientistas do Planeta Argon criaram um androide capaz de imitar os poderes combinados de dois heróis da, já famosa universalmente, Liga da Justiça ao mesmo tempo e trocá-los ao seu bel-prazer. Porém como nos quadrinhos é comum que robôs se apaixonem, ele ao ser rejeitado pela rainha dos Argonianos, é expulso. Pra onde? Para a Terra, é claro! E cabe ao Flash e o Caçador de Marte, ou Ajax como era chamado na EBAL, se virarem para impedi-lo de destruir tudo a sua volta, numa ameaçadora crise de recalque! E tá na cara que a ideia foi copiar, outro vilão criado meses antes (Jun-64) em "World's Finest Comics" #142 por Curt Swan e Edmond Hamilton, tão bizarro quanto, no caso o Super-Homem Composto que era meio Super-Homem, meio Batman.
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"ME CHAMEM DE HOMEM-NEGATIVO / ALIAS NEGATIVE MAN"
The Brave and the Bold #65 (Mai-66)
História: Bob Haney / Desenhos: Dick Giordano / Arte-Final: George Kashdan
A Patrulha do Destino é um grupo de heróis formado pelo Professor, a Garota Elástica, o Homem-Robô e o Homem Negativo, que vive impedindo os planos de destruição de um grupo de vilões conhecido como a Irmandade do Mal, que nessa aventura captura Larry Trainor o Homem-Negativo, separando-o da entidade alenígena que lhe dá poderes. A Patrulha conta então com a ajuda do Flash para assumir a identidade do herói aprisionado e dessa forma ajudar a resgatar o amigo aprisionado enquanto tentam impedir os planos de distúrbio civil causados pela Irmandade.

"THE DEATH OF THE FLASH! / A MORTE DO FLASH!"
The Brave and the Bold #67 (Set-66)
História: Bob Haney / Desenhos: Carmine Infantino / Arte-Final: Carles Paris e Murphy Anderson
Essa é tensa! A super velocidade está matando Barry Allen! Porém, mesmo assim ele não deixa de correr até Gotham City e ajudar o Homem-Morcego a capturar uma gangue que comete roubos usando poderes iguais aos seus. Oque parece ser uma decisão suicida do herói de Central City, se revela a sua salvação, já que Batman descobre que um produto radioativo que dá aos bandidos super velocidade, pode ser usado para salvar a vida de seu amigo vermelhinho.
Essa por sinal, foi a única aventura onde os dois personagens se encontraram que foi desenhada pelo Carmine Infantino. Um dos mais importantes artistas e editores do mercado de comics americano, que não só atualizou o visual do Batman no auge da "Batmania" como também criou o uniforme do Flash - Barry Allen, um dos melhores e mais simples dos comics; Não publicar essa aventura só pode ser encarado como grande vacilo da editora de São Cristóvão.
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"PHANTOM FLASH, COSMIC TRAITOR / FLASH ALÉM DE MORTO, É UM TRAIDOR"
The Brave and the Bold #72 (Jul-67)
História: Bob Haney / Desenhos: Carmine Infantino / Arte-Final: Chuck Cuidera
Uma história pra lá de escabrosa. O Flash após ficar desacordado quando tentou impedir um roubo na estrada, tem seu corpo enfeitiçado por um piloto fantasma da Primeira Guerra Mundial, que passa a controlar seu espectro, com o intento de se vingar de antigos companheiros de seu esquadrão aéreo. E em se tratando de almas penadas, é Jim Corrigan "O Espectro" quem vai ter que resolver toda a situação.

A PATRULHA DO DESTINO surgiu em "My Greatest Adventure" #80 e sua primeira série acabou não emplacando na DC, com apenas 41 edições lançadas entre Junho/63 e Outubro/68. Das quais, a EBAL publicou somente, duas de forma muito espaçada em 1979 e 1980. Soma-se a elas uma tímida aparição numa aventura da Turma Titã, que saiu em "O Herói" #2 - 4ª série (Nov/Dez-68). E talvez tenha sido essa falta de interesse que motivou a supressão da aventura.
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O ESPECTRO teve a "quase" totalidade das suas aventuras oriundas do título "More Fun Comics" que também publicou Aquaman, Arqueiro Verde, Ted Múltiple e Superboy, todos editados pela EBAL, ignoradas. Foram cinquenta ao todo, entre (Fev/40 e Jan/45). Soman-se a elas outras dez, do título "The Spectre" (Dez/67 a Jun/69). Foi somente quando Jim Aparo assumiu as histórias do policial morto Jim Corringan, na revista "Adventure Comics" #431 (Fev/74) é que a coisa mudou de figura.
É bem verdade que foram poucas, pois o Mestre Aparo logo assumiu as aventuras do Homem-Morcego justamente em "TBTB" mas a EBAL inexplicavelmente deu uma revista pra ele, que durou 5 edições. O "quase" é por conta de "More Fun Comics" #52-53 que contam a origem do personagem e que foram republicadas em "Secret Origens" pela DC, numa curta série de sete números que a EBAL licenciou em 1975.

Na EBAL a Patrulha ficou sem Destino e o Espectro penou até ter sua chance
Fonte: (guiadosquadrinhos.com / guiaebal.com / comicvine.com / dc.fandom.com
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