VIDA LONGA AO REI! - (Parte II)
>> A segunda passagem de Jack Kirby pela DC Comics foi meteórica, tanto em velocidade (durou menos de cinco anos), como também em impacto, (graças a introdução de conceitos revolucionários e dúzias de novos personagens). E se, na Marvel ele já tinha sido coroado como o Rei dos Quadrinhos, na Distinta Concorrência devido ao total de sua produção, não seria nenhum exagero dizer que ele ampliou ainda mais as fronteiras de seu Reino. Sua atuação foi proporcionalmente igual ou até mais prolífica, do que na Casa das Ideias e com um diferencial bastante significativo... ele fez sozinho!
E apesar de sua temporada não ter sido exatamente como ele esperava, graças as muitas intervenções em seu processo criativo, ele ainda voltaria a trabalhar com a DC novamente, uma década depois num inovador projeto de marketing que visava fomentar as vendas de action-figures (bonequinhos) dos mais famosos personagens da editora, através de uma mini série chamada Super Powers.
UM SUPER CONCEITO:
Uma vantagem da DC em relação a Marvel é que tudo oque foi feito pelo Rei, em suas várias passagens pela editora, já foi digitalizado e publicado em diversos encadernados ao longo dos anos. Então no caso da Panini Brasil, é questão de selecionar os mais interessantes comercialmente ou os mais pedidos pelos leitores e lançar por aqui. Já EU, resolvi abraçar tudo oque foi produzido em sua segunda temporada e montei a minha COLEÇÃO KING KIRBY - DC:
A AUTOPSIA DO LAYOUT:
Segui o design criado para a Coleção da Marvel, afinal mesmo sendo duas editoras diferentes a ideia é dar ao leitor, que queira adquirir ambas, a opção de organizar nas prateleiras de sua estante, uma grande e única coleção. Uma abordagem inovadora na história do mercado editorial brasileiro!
E como podem ver na arte-aberta, uma única alteração se faz bastante significativa: A variação nos tons de azul, cor presente nos vários logotipos DC desde 1974. Que por sinal, foi novamente reformulado, logo após eu ter montado todo o meu projeto. Resultado? Montei tudo de novo! E ficou até melhor.
ARTEFATOS KIRBYANOS - A RIQUEZA DO CONTEÚDO:
Começo com Kamandi, O último rapaz da Terra, título que deu a Kirby seu maior sucesso comercial na editora. Ao todo ele produziu 36 edições (de Out/72 à Mar/76), com o gibi continuando a ser publicado até o número 59, após seu retorno a Marvel.
A premissa da história é muito boa; Inspirado no filme Planeta dos Macacos, com Charlton Heston, um adolescente tenta sobreviver no que sobrou do Mundo, após ter sido assolado por uma catástrofe chamada de "O Grande Desastre". Essa hecatombe, dizimou os humanos e tornou os demais animais evoluídos e conscientes o bastante para perpetuar a irracionalidade do homem, em conflitos entre as várias espécies sobreviventes.
Dividir 36 revistas em dois volumes, deixaria cada um deles bastante encorpado, mesmo assim foi oque a DC fez em edições Omnibus de 448 e 424 páginas). Eu também, mas por questões visualmente simétricas, para deixar todos os volumes com o mesmo tamanho. Mas, também pensei em outra forma de organização, que explico a seguir.
O.M.A.C. já começa Cult pelo nome, que é a sigla de One Man Army Corps / Exército de Um Homem Só. Numa curta série de oito edições (terminada abruptamente, antes de Kirby desenvolver todo o seu potencial) ambientada num futuro tecnocrata, que viria a ser o passado pré-apocalíptico habitado por Kamandi, O.M.A.C. é um supersoldado que policia o mundo inteiro sob o comando de um satélite de inteligência artificial denominado Irmão Olho.
Para deixar o conteúdo desse volume maior e mais interessante ainda, imaginei colocar alguns outros personagens que também tiveram séries de curta duração, no mesmo período. Como King Kobra, um terrorista internacional; Atlas um guerreiro de Eras Remotas; E uma nova versão mitológica para o super-herói Sandman, criado pelo próprio artista, junto com Joe Simon na Década de 40.
A outra possibilidade de organização que falei, seria publicar a série do Kamandi, dividida em 3 volumes e no último acrescentar as 8 histórias do O.M.A.C. Oque seria totalmente coerente, pois ambos compartilham uma mesma realidade alternativa, que por sinal os fazem descendentes do Superman e Lois Lane, segundo imaginado pelo Rei.
Etrigan o Demônio, foi evocado pelo Feiticeiro Merlin e vinculado por este ao corpo de Jason Blood, um cavaleiro da Camelot do Rei Arthur. Séculos mais tarde, ele ressurge na cidade do Batman, Gotham City e passa a combater diversos personagens malignos, dentre eles a Feiticeira Morgana Le Fay e o Menino Bruxo Klarion, em sua própria revista que teve 16 edições.
Etrigan o Demônio, criado por insistência da DC que desejava um título de terror com o traço do Rei, é um dos personagens que mais fazem sucesso até hoje. Ele é presença contante nos títulos de outros heróis, além de ganhar novas séries e edições especiais de tempos em tempos.
Os Desafiadores do Desconhecido são uma equipe criada por Kirby em 1957. E mesmo pertencendo a primeira passagem do artista pela editora, decidi incluí-los nessa coleção pela sua interessante proposta: Um quarteto de especialistas que vive aventuras fantásticas enfrentando diversas ameaças científicas, sobrenaturais e alienígenas.
Qualquer semelhança com o Quarteto Fantástico não é mera coincidência. A dinâmica existente em um grupo de amigos que contam somente com a soma de suas habilidades individuais para juntos derrotarem seus inimigos foi uma das fontes de inspiração para o grupo formado na Marvel em 1961.
A Saga do Quarto Mundo, foi o trabalho mais ambicioso de Kirby na DC. Totalmente inovador em sua época, ele começou a desenvolver uma maxi-saga interligada por 4 títulos diferentes. Essa proposta foi tão revolucionária que acabou sendo recebida com incredulidade, tanto pelos profissionais do meio, quanto pelos leitores. Oque acabou se traduzindo em vendas abaixo do esperado e consecutivamente veio o cancelamento. E esse foi um dos, senão o maior motivo, para o retorno do Rei a Marvel em 1976.
Toda a grandeza da série, só passou a ser entendida e reverenciada com o passar dos anos.
Quatro volumes se fazem necessários para conter toda a saga, formada pelo já existente gibi do Jimmy Olsen que apresentou o Superman envolvido com a descoberta do projeto CADMUS* e três novos títulos: O Povo do Amanhã (Forever People), Novos Deuses (New Gods) e Senhor Milagre (Mister Miracle).
Mesmo não tendo conseguido chegar onde tencionava, todo o conceito idealizado por Kirby, continua sendo explorado até hoje pela editora. Com Darkside se tornando um dos três maiores vilões do Universo DC, junto do Coringa e Lex Luthor.
Resumidamente a história é a seguinte: Quando chegou o dia do Ragnarok, (aquele, dos gibis do Thor) os velhos deuses morreram e o mundo em que viviam foi dividido em dois. Nova Gênese guiada por Izaya, o Pai Celestial, formou uma raça de deuses bons e Apokolips que é regida por Darkseid, gerou os malévolos. Ambos habitam a dimensão conhecida como o Quarto Mundo.
Dimensão essa que é acessada pelos "Tubos de Explosão", um recurso tecnológico, que possibilita também a chegada de Darkseid à Terra, que ele resolve escravizar. Por consequência esse interesse nefasto ameaça acabar com um pacto de não-agressão firmado no passado com o Pai Celestial, que seu através da troca de seus primogênitos, Scott Free (o Sr. Milagre, filho de Izaya) e Órion (filho de Darkseid), que luta contra a profecia de sucumbir ao "lado negro da força" e se tornar o novo regente de Apokolips.
Essa Saga tem algumas curiosidades bem interessantes como, o fato da DC incumbir Curt Swan de redesenhar todos os rostos do Homem de Aço por cima do lápis de Kirby; Esse que usei, é uma exceção, foi um pin-up publicado em Superman #400).
Hitlher serviu de inspiração para Darkseid e a figura bíblica de Moisés para Izaya; O Sr. Milagre foi uma homenagem ao ilustrador Jim Steranko que o substituiu o Rei, nas histórias do Nick Fury, que foi também mágico escapista na sua juventude;
E com o projeto CADMUS, Kirby resgatou antigos personagens criados por ele e Joe Simon no passado da DC, como o Guardião e A Legião Jovem, reapresentando-os como clones do originais.
Super Powers, foi um projeto de marketing que colocou os mais famosos heróis e vilões da editora em rota de colisão num mega-crossover sem precedentes, em uma parceria com a empresa de brinquedos articulados Kenner. Foram criadas 3 mini-séries (em 1984/85/86), mas ao contrário de Secret Wars das concorrentes Marvel e Mattel da mesma época, todas são inéditas no Brasil.
Essa foi a oportunidade de Kirby, que até então só tinha desenhado o Homem de Aço no Quarto Mundo, por as mãos no Panteão da DC. E por ser o seu último trabalho para a editora, escolhi ele para encerrar a minha coleção imaginária.
E aqui, vemos como essa coleção fica imbatível, quando arrumada na estante virtual da Batdeira:
ADMIRANDO SUA BELEZA INTERIOR:
E para não ser acusado de favoritismo, assim como montei para a Coleção da Marvel, segue também a apresentação, revelando o interior de um dos volumes da Coleção da DC, Começando com a visão do encadernado montado e depois as páginas se abrindo em sequência:
Na "guarda", temos um close de Kirby, em um de seus auto-retratos mais famosos;
Na pág. 04, outro detalhe bem bacana do mesmo auto-retrato, seguido da pág. 05, que valoriza o Selo Centenário desenvolvido para este grande projeto. E para quem não percebeu ainda, trata-se de um "fluxo de bolinhas kirbyanas". Uma hanchura das mais recorrentes na obra do Rei. Ela foi variada a exaustão em milhares de representações gráficas, como ondas de energia, estrelas celestes, planetoides, brilhos cósmicos, manifestações de poderes etc...
Aqui nas páginas 06 e 07 vemos uma interessante solução para apresentar uma prévia de quais títulos o leitor encontrará na coleção, além é claro de destacar conteúdo da respectiva edição;
Na pág. 08 os créditos e serviço, na pág. 09 o índice oficial. Ambas dividem uma mesma ilustração em duotone. A ideia é sempre ampliar um determinado detalhe de alguma splash-page que faz parte das histórias contidas;
E em todas as páginas seguintes, como já é de costume, teremos uma reprodução da capa original precedendo a primeira página de quadrinhos do respectivo gibi, marcando assim os capítulos;
Avançando para o final da encadernação, uma página biográfica ilustrada por outro auto-retrato. A proposta aqui é contar em partes, diversos fatos e curiosidades da vida do artista a serem distribuídos pelos 10 volumes que compõem a coleção.
Fechando a encadernação, a "guarda" com close de Kirby...
... e o verso do encadernado montado.
(Fonte: comicvine.com)
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