HERÓIS DA RESISTÊNCIA! - (Parte III)
- VAM!
- 30 de abr. de 2016
- 5 min de leitura
Toda vez que ocorre alguma mudança da etnia de um personagem na sua transposição dos quadrinhos para o cinema o assunto se polemiza nas redes sociais. Tem sido assim desde que o Rei do Crime inimigo do Demolidor foi vivido pelo, hoje falecido, ator Michael Clarke Duncan (de The Green Mile/À Espera de um Milagre). E teve sua maior demonstração de intolerância quando Michael B. Jordan (de Creed), foi escolhido para viver o Tocha Humana no último filme do Quarteto Fantástico.
Hoje todos vivemos uma época em que a Representatividade se torna cada vez mais importante, pois indivíduos de todas as etnias, religiões e orientações sexuais devem ter seus pares ficcionais e se sentirem valorizados por isso. Não era assim, há 53 anos atrás quando Lee e Kirby, quiseram se manifestar sobre segregação e para isso tiveram de criar a analogia dos X-Men serem mutantes. E para termos de comparação, antes que o Pantera Negra surgisse três anos depois, um grande universo imaginário já tinha apresentado mais de cinquenta super-heróis no padrão branco, loiro e de olhos azuis.

Esse processo de mudança, apesar das críticas negativas, mas também a favor das positivas passou a ser adotado nas próprias revistas da Marvel, que em 2000 sentiu a necessidade de criar um novo Universo, mais contemporâneo, afim de capitalizar com o êxito dos filmes Blade (1998), X-Men (do mesmo ano) e servir de base para Spider-Man (dois anos depois).
Para tanto, vários de seus personagens foram reapresentados com diferentes escalas de mudança, na intenção de atrair jovens adolescentes e as gerações mais velhas que não conheciam a editora muito bem, mas estavam curiosos pelos filmes. Assim surgiu o Universo Ultimate que dois anos depois nos apresentou:

Nick Fury (outrora branco), com a fisionomia e o visual que o ator Samuel L. Jackson usou em SHAFT, a refilmagem de 2002 do filme homônimo de 1971 - o maior sucesso de público das produções Blaxploitation, que teve duas sequências e uma série de de televisão. Nesse filme ele fazia o sobrinho do John Shaft original, vivido por Richard Roundtree.
E quando a Marvel Studios lança Iron Man em 2008, sua primeira produção independente, não deu outra, o Nick Fury que aparece no final, falando sobre a "Iniciativa Vingadores" é o próprio Samuel L. Jackson, passando por cima de qualquer polêmica e mostrando como o mundo dá voltas.

Ainda no campo da controvérsia, a Marvel gerou polêmica mais um vez ao apresentar Miles Morales o Homem-Aranha Negro. Não só pelo fato dele ser negro, mas também de ser fruto de uma união inter-racial, algo que ao contrário do Brasil ainda encontra barreiras em vários estados da América do Norte. Morales é filho de mãe porto-riquenha e pai afro-americano. Ele foi criado em agosto/2011 dentro do Universo Ultimate, após a morte do Peter Parker daquela realidade. Apesar da polêmica inicial ele agradou tanto o público e a crítica, que ao se anunciar que "o amigão da vizinhança" estaria presente em Capitão América: Guerra Civil, uma campanha online para Miles Morales ser o personagem ganhou bastante adesão com a possibilidade do ator Donald Glover ser o escolhido.

Em outubro/83 a Marvel resolve mudar o visual da Tempestade como forma de simbolizar as mudanças pela qual ela vinha passando nos quadrinhos. Foi então que surgiu o visual PUNK com corte moicano. Essa mudança como sempre dividiu opiniões, uns acharam de mau gosto, outros como simpatizaram imediatamente com o novo look e atitude, que duraram por serca de sete anos. Curiosamente esse look moicano será visto no mais novo filme dos X-Men - Apocalipse, a estrear em maio próximo. Por ser ambientado na década de 80, irá apresentar uma versão adolescente da Tempestade, na pele da novinha Alexandra Shipp.

Deathlok é um obscuro personagem criado em agosto/74 cuja origem tem muito haver com conto de horror Frankenstein de Mary Shelley. Essa versão inicial não deu muito certo e ficou engavetada até julho/90, quando a Marvel faz uma nova tentativa de emplacar o conceito. Deathlok passa a ser o professor pacifista da Filadélfia Michael Collins, morto por ter descoberto um projeto bélico secreto da Corporação Cybertek e ter seu cérebro transplantado para um corpo morto com implantes cibernéticos, criado num programa conjunto da empresa com a CIA. Manipulado no início, ele consegue se libertar da sua "programação", passando então a buscar uma forma de recuperar seus corpo verdadeiro.

Lucas "Luke" Bishop veio de um futuro apocalíptico para tentar mudar os eventos do presente e assim salvar não só a raça mutante como também toda a humanidade. Criado em novembro/91 ele faz parte de uma época em que vários personagens foram apresentados, todos muito parecidos: Grandalhões, com armas gigantescas e poderes pouco criativos. De forma geral a década de 90 foi muito ruim pra Marvel que teve inúmeros problemas financeiros e de gestão, que quase levaram a editora à falência. Uma versão visualmente diferente do Bishop apareceu em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, 5º filme da FOX, como coadjuvante de luxo, na pele do ator francês Omar Sy (de Intouchables).

Ao contrário do que vimos nos filmes atuais, James Rhodes não tinha patente de Coronel da Força Aérea nos quadrinhos da Marvel. Ele trabalhava pro Tony Stark como motorista e assessor especial desde sua criação em janeiro/79 e passou a usar a armadura do Homem de Ferro em maio/83, quando o industrial bilionário ficou impossibilitado fisicamente e até que ele se recuperasse. Foi somente em setembro/92 que a primeira versão do Máquina de Combate foi vista na revista Iron Man #284.

E o melhor, eu guardei pro final. Um filme original reunindo as três maiores personagens afro-americanas da Marvel, atuando como investigadoras da agência Heroes for Hire. Afinal quando o crime envolve mutantes e super-humanos, são elas que "resolvem a parada!"
Nos quadrinhos a Heróis de Aluguel, criada por Luke Cage, passou a ser chefiada pela Misty Knight quando expandiu seus associados. Mas, essa produção imaginária da Batdeira, foi pensada como uma versão Blaxploitation do seriado Charlie's Angels (76/81), que nunca apresentou uma "pantera negra do Charlie" e saibam que As Panteras tiveram oito (8!) protagonistas diferentes, nos cinco anos em que foi exibida.
E falando em seriados antigos, a segregação das redes de televisão estadounidenses é absurda, a falta de protagonistas ou coadjuvantes negras importantes é quase unânime. As exceções à regra são Enfermeira Julia (68/71), vivida pela atriz Diahann Carroll, e a emblemática Tenente Uhura interpretada por Nichelle Nichols, que deu o 1º beijo inter-racial em Star Trek (66/69).
Mas graças a Representatividade, essa realidade esta mudando e hoje dentre vários papéis coadjuvantes temos três séries famosas com afro-americanas: "Empire" com Taraji P. Henson, "Scandal" com Kerry Washington e "How to Get Away with Murder" com Viola Davis ganhadora do 1º Emmy dado a uma atriz negra na categoria "série dramática" concorrendo com Taraji P. Henson foram duas barreiras quebradas ao mesmo tempo!
(Fontes: comicvine.com / pt.wikipedia.org / imdb.com / racabrasil.uol.com.br / infantv.com.br )
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