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A SURPRESA DE NOVICK!

>> A Panini Brasil vem fazendo um ótimo trabalho com as Lendas do Cavaleiro das Trevas apresentando o legado de alguns dos nomes mais importantes da indústria dos comics e principalmente para o longevo sucesso do Batman. Com média de dois homenageados por ano a editora tem adaptado as duas coleções de propostas similares da DC Comics - Legends e Tales of Batman.

Mas desde o início, sempre acreditei que isso poderia ficar ainda melhor com os editores tendo liberdade de selecionar originais sem ter que esperar a DC fazer primeiro. E não é que essa possibilidade, agora se tornou concreta? Após algumas Lendas do Universo DC onde fizeram exatamente isso, é a vez do morcegão.


Digo isso pois ao tentar descobrir os homenageados desse ano consultando o ISBN*, além da ótima notícia de que o 1º será Don Newton, (ilustrador de linhas clássicas, mestre em anatomia e expressões faciais) tive a grande surpresa de que Irv Novick virá na sequência!

Irv Novick que antes trabalhava na Archie Comics, começou na DC no início dos Anos 1940 em comics de Guerra e Romance e quando o editor Julius Schwartz, percebeu que era hora de desvincular o Batman do visual "camp" da série de TV de Adam West, já cancelada, deixou Irv Novick, Bob Brown e Joe Giella, responsáveis pela transição do Cruzado Embuçado (onde predominava o estilo de Carmine Infantino) para o Cavaleiro das Trevas consagrado por Neal Adams e Jim Aparo.


Nesse processo, Irv Novick se tornaria um dos raros artistas à trabalharem em duas fases distintas do personagem; Num sistema de rodízio, ele alternava com Neal Adams a produção de novas histórias, dentre as quais a Saga do Cabeça de Demônio, se destaca por nos apresentar o imortal Rãs al Ghul e sua filha Tália al Ghul, única herdeira de seu império criminoso.


Voltando a falar da iniciativa da Panini Brasil, ela se mostra surpreendentemente positiva por reunir, antes da DC várias histórias assinadas pelo artista. Lá fora, ele ainda não ganhou seu TPB, mas isso pelo cadastro do ISBN não foi nenhum impedimento.


Mas porque agora? Vocês devem se perguntar. Eu tenho a minha teoria: Com as Lendas do Newton, somadas as Lendas do Adams a editora terá republicado a maior parte do encadernado de 2005 - Grandes Clássicos DC #4: Contos do Demônio onde três histórias (BT #235, 240 e 242) são assinadas por Novick.


Sabiamente os editores aproveitaram o embalo e com algumas outras histórias já editadas, criaram mais uma edição potencializando assim suas vendas. As edições que imagino, seriam essas:


BT #246 - "De quantas maneiras se pode matar Robin?" Saiu em Batman 70 Anos #1;

BT #327 - "Asilo Sinistro". Saiu em DC #34 da Eaglemoss, mas como a Panini tem os direitos, entraria no bolo.


Com apenas cinco histórias, os editores podem ter decidido tornar esse volume 1 mais encorpado, licenciando uma ou mais edições avulsas com a DC; Dentre as disponíveis que se encaixam no período, eu arriscaria essas:


BT #216 - "Angel - - or devil?"

Que está inédita, pois a Ebal pulou, é a última edição antes da separação da dupla dinâmica, ocorrida em...

BT #217 - "Uma bala a mais"

Saiu em Batman-BI #32 da Ebal e no icônico encadernadinho da Abril - As Várias faces de Batman de 1989;

BT #225 - "Procurado pela Polícia"

A 1ª história em cores do Batman publicada pela Ebal, encartada dentro do Almanaque P&B de 1972;


Ou então dariam um salto cronológico para...


BT #325/328/329 + #330 com a volta de Rãs e Tália al Ghul e a preparação para...

BT #331/332/33/34/35 com o arco Lazarus Affair escrito por Marv Wolfman;


MAS tem um outro porém nessa especulação toda, Irv Novick fez várias capas ANTES de Adams se tornar o capista oficial do morcego, posto ocupado depois por Aparo. Com exceção de BT#216 por exemplo, Novick não desenhou nenhuma outra dessa lista.


Imagino que ele até tentou, mas numa comparação lado a lado, o inovador estilo de Adams captura muito mais o olhar do leitor. Penso também, que no caso específico das capas a DC julgou o Estilo Novick antiquado, remetendo muito mais ao passado da Dupla Dinâmica, ao invés de explicitar ao leitor que ele estava diante de um "novo" Cavaleiro das Trevas.

E é aqui que a brincadeira ficou mais divertida, pois resolvi tentar antecipar qual foi a escolha da Panini:

Ilustrada por Adams e finalizada por Dick Giordano para BT #235, vemos uma rara aparição de Bruce Wayne com a roupa, mas sem o capuz, que no caso foi usado de forma bem astuta; Essa é uma das icônicas capas da Saga do Cabeça de Demônio. Saiu somente pela EBAL em Batman-BI #45.


E é claro que eu não poderia perder a oportunidade de apresentar a minha solução, afinal a Batdeira serve pra isso! Tanto é que procurei uma ilustração do Novick, que fosse impactante o bastante para ser elevada ao posto mais nobre de um gibi e encontrei essa, extraída de Batman #315, escrito por Len Wein:

Uma justa reverência ao legado artístico de Irv Novick, não concordam comigo?


E a propósito, para os versos das simulações utilizei BT #240 de Adams & Giordano...

... BT #216 do Novick, respectivamente.

Finalizando, caso "apareça" no ISBN um volume 2 do ilustrador, todas as edições listadas anteriormente poderiam ser publicadas numa única etapa, seria melhor ainda. Eu vou ficar na torcida!

 

ADENDO I: As duas edições de Contos do Demônio que ficaram sobrando são DC #411 e DC Special Series #15 com lápis de Bob Brown e Michael Golden e pincéis de Dick Giordano;


ADENDO II: É do Irv Novick a autoria do primeiríssimo herói patriótico dos E.U.A - The Shield publicado na Pep Comics #1 de Janeiro de 1940 - 1 ano e 4 meses antes do Capitão América de Simon & Kirby;


ADENDO III: Roy Lichtenstein um dos criadores da Pop Art viria eternizar, um de seus desenhos originalmente publicado na revista All-American Men of War #89 de 1962. Usando-o como base para pintura que tem o mesmo nome da onomatopeia impressa no quadrinho - "WHAAM!"


ADENDO IV: ISNB* é um sistema internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país, a editora, individualizando-os inclusive por edição. No Brasil ele é controlado pelo Ministério da Cultura através pela Fundação Biblioteca Nacional. Em termos práticos, se um livro ou gibi será vendido apenas ou também em livrarias, ele tem que ter o Nº de registro no ISBN.



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